segunda-feira, 10 de março de 2008

Vaticano divulga lista de novos pecados capitais

A manipulação genética, o uso de drogas, a desigualdade social e a poluição ambiental estão entre os novos pecados capitais pelos quais os cristãos devem pedir perdão, segundo a nova lista apresentada pela Santa Sé.

A orientação foi divulgada no fim de semana pelo arcebispo Gianfranco Girotti, número 2 do Vaticano na às vezes turva área dos pecados e da penitência.

Os novos pecados capitais - merecedores de condenação segundo a Igreja Católica - serão agregados aos anteriores: gula, luxúria, avareza, ira, soberba, vaidade e preguiça.

Questionado durante entrevista ao L'Osservatore Romano (órgão oficial do Vaticano) sobre quais seriam os "novos pecados", Girotti disse que a zona de maior perigo para a alma moderna é o mundo ainda quase inexplorado da bioética.

"(Dentro da bioética) há áreas onde devemos absolutamente denunciar algumas violações dos direitos fundamentais da natureza humana, por meio de experiências e da manipulação genética, cujos resultados são difíceis de prever e controlar", afirmou.

Fontes ecológicas são citadas

O Vaticano é contra pesquisas com células-tronco embrionárias e alerta contra a possibilidade da clonagem humana.

Na entrevista, intitulada "Novas formas de pecado capitais", Girotti cita ainda ofensas "ecológicas".

Nos últimos meses, o Papa Bento XVI fez vários apelos enfáticos pela proteção do meio ambiente, dizendo que questões como a mudança climática se tornaram muito importantes para toda a humanidade.

O Vaticano está cada vez mais "ambientalmente correto" desde o pontificado de João Paulo II, antecessor de Bento XVI.

A Santa Sé já instalou células fotovoltaicas em seus prédios para gerar eletricidade e promoveu uma conferência científica para discutir as ramificações do aquecimento global e da mudança climática, que muitos cientistas atribuem principalmente ao uso de combustíveis fósseis.

Girotti, subdiretor da "Penitenciária Apostólica", que trata de questões de consciência, também citou o narcotráfico e as injustiças sociais como pecados modernos.

O arcebispo lamentou que cada vez menos católicos apareçam no confessionário, e citou um estudo da Universidade Católica de Milão segundo o qual 60% cento dos fiéis na Itália deixaram de se confessar.

No sacramento da penitência, os católicos confessam seus pecados a um padre, que os absolve em nome de Deus.

Mas o mesmo estudo da Universidade Católica mostrou que 30% dos católicos italianos acreditam que não há necessidade de um padre como intermediário do perdão divino, e que 20% se sentem desconfortáveis.

Fonte: Pernambuco.com

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